Manejo de borregos
Os animais necessitam de cuidados especiais, sobretudo, os ovinos. Por isso, é importante saber a forma correta de manejar um animal tão exigente quanto estes.
Aleitamento - Para um bom aleitamento natural é preciso que as ovelhas sejam bem alimentadas, tenham bom pasto e suplementação com ração, aveia, alfafa, silagem.
Nem sempre a ovelha aceita com facilidade o seu cordeiro, sendo forçoso habituá-la com a sua presença. Isto pode ser feito colocando a cria em pequeno curral, obrigando a mãe a deixá-lo mamar, até que fique acostumada a isso. Muitas vezes a ovelha não afasta o cordeiro, simplesmente recusa-se a deixar que ele mame. Nesses casos, basta prender a mãe à manjedoura: ela não pode escapar e o cordeirinho agarra a mama. Depois de algumas vezes, a ovelha acaba se acostumando. O frio provoca gretas nas tetas e as ovelhas recusam a amamentação. Deve-se acelerar a cicatrização das gretas molhando-as num recipiente com água bórica ou oxigenada. O período máximo de aleitamento sob contenção é de uma semana, quando também as feridas terão desaparecido. Depois, a ovelha aceita normalmente a cria.
Os cordeiros mais fracos são, geralmente, os nascidos de partos múltiplos. Deve haver um fornecimento de colostro nos primeiros dias, leite de ovelha até o 30o dia e, depois, mudar para leite de vaca, observando um pequeno período de adaptação. Muitos acrescentam óleo de soja (uma colher de sopa para cada 500 ml de leite) até o desmame (média de 2 meses) ou até o desmame tardio (de 3 a 4 meses). É bom fornecer feno a partir do 7º dia e ração à vontade de boa qualidade. Os cordeiros poderão ser confinados a partir do 2º mês de idade (evitando-se a exposição à verminose). Para a engorda mais rápida, pode-se oferecer ração (150 g/dia por animal). Sal mineral e água devem ser fornecidos à vontade.
Embengamento (ou embelecamento) - O leite da fêmea, cuja cria nasceu morta, pode ser útil a gêmeos de outra fêmea. Muitas vezes, basta trocar o morto pelo “novo filhote” e a fêmea aceita. Quando ela não aceita o “embengamento” (ou embelecamento), ou seja, a troca, é preciso astúcia. Basta esfregar as secundinas (membranas que envolviam o feto morto ao nascer) no novo filhote. A fêmea cheirará o “novo filhote” com o pêlo ainda molhado e achará que é o seu que reviveu. Uma opção mais drástica é cobrir o novo filhote com a pele molhada do filhote morto, em local escuro, e colocá-lo para mamar. Muitas vezes, a ovelha acaba sendo embelecada, ou seja, enganada pela astúcia. A melhor sugestão, no entanto, é a paciência do pastor, colocando o novo filhote para mamar, muitas vezes, até que a ovelha acabe aceitando.
A desmama
Em regiões secas, como no Nordeste, a desmama até que pode se alongar um pouco mais, embora nunca seja interessante economicamente. Já nas regiões de bastante chuva, a idade na desmama precisa ser o mais cedo possível, pois existe o grande problema da verminose. Os pastos verdes e as altas lotações são um chamariz para milhões de vermes.
Quanto mais chuvas, mais capim verde, mais vermes, maior mortalidade de cordeiros. Assim, sugere-se a desmama precoce. Quanto mais chuva, mais precoce deve ser a desmama. O ideal é uma desmama aos 45 dias de idade (Siqueira, 1999). Por que 45 dias? Porque, nessa fase, a ovelha já apresentou o pico de produção de leite, que acontece entre a 3a e 4a semanas depois do parto. Afinal, 75% do total do leite é produzido nas primeiras 8 semanas (Jordan & Hanke, 1977). Assim, nada justifica alongar o período da amamentação, em regiões chuvosas.
10/01/2008 - Revista O Berro nº 108